Bobo da Corte

O bobo da corte era um artista contratado pelas cortes europeias na Idade Média para divertir os reis e seu séquito. Como um palhaço, era considerado cômico e muitas vezes desagradável, por apontar de forma grotesca os vícios e as características da sociedade.

Além de fazer a corte rir, ele também declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o mestre de cerimônias das festas. Sua figura era caracterizada pelo exagero, sendo o excesso uma de suas principais características, tanto nos gestos, nas palavras, como na vestimenta.

Na corte do REI DA COCADA PRETA, Marcelo Del Rio interpreta o bobo, na abertura do show, apresentando o texto CULTURA LIRA PAULISTANA de Itamar Assumpção.

Marcelo Del Rio - Bobo em cena (Bárbara Serrano) e Bobo na Penha (Renato Grieco)


SHOW REI DA COCADA PRETA - ROTEIRO
CENA 1 - CULTURA LIRA PAULISTANA


Cortinas fechadas

Palco apagado montado com trono e estátua

Áudio: Abertura da cortina (clarinada anunciando o Rei)

Cortinas abrem junto com o áudio.


Luz no palco, trono e estátua.

Entra o Bobo e começa o texto CULTURA LIRA PAULISTANA.

BOBO: Pobre Cultura! A ditadura pulou fora da política. E como a dita cuja é craca, é crica... foi grudar bem na cultura. Nova forma de censura. Pobre cultura! Como pode se segura. Mesmo assim e mais um pouquinho e seu nome será amargura, ruptura, sepultura. Também pudera... Coitada! Representada como se fosse piada... Deus meu... Por cada figura sem compostura. Onde era Ataulfo, Tropicália... Monsueto, dona Ivone Lara - campo em flor, ficou tiririca pura. Porcaria na cultura tanto bate até que fura. Que droga! Cultura não é uma tchurma. Cultura não é tchap-tchura. Cultura não é frescura. A brasileira é uma mistura pura. Uma loucura a textura. A brasileira é impura mas tem jogo de cintura. Se apura, mistura; não mata, cura. Cultura sabe que existe miséria. Que existe fartura. E partitura. Cultura quase sempre tudo atura. Sabe que a vida tem doce e é dura feito rapadura. Porcaria na cultura tanto bate até que fura. A cultura sabe que existe bravura, agricultura, ternura. Que existe êxtase e agrura. Noites escuras. Cultura sabe que existe paúra. Botões e abotoaduras. Que existe muita tortura. Cultura sabe que existe cultura. Cultura sabe que existem milhões de outras culturas. Pra ter cultura tem que ter jogo de cintura. A ditadura pulou fora da política. E como a dita cuja é craca, é crica... Foi grudar bem na cultura. Nova forma de censura. Ah, Ah, Ah..... Pobre cultura. Como pode se segura. Mesmo assim e mais um tiquinho... Coitada! Representada como se fosse um nada... Deus meu... Por cada feiura sem compostura. Onde era Pixinguinha, Elizete, Macalé e o Zé Kéti, ficou tiririca pura. Só dança da tanajura. Porcaria na cultura tanto bate até que fura.

Sons de sirenes.

BOBO: Socorro, Elis Regina! Baixaria na cultura tanto bate até que fura. Socorro! Socorro! Que pop mais pobre. Pobre pop!

Sirenes e luzes.

Bobo sai de cena.

Produção retira o trono e o tapete do palco.

Músicos entram.



Desenho do figurino e teste de maquiagem


Figurino: Marcelo Del Rio

Costureira: Lúcia Maria Del Rio

Fonte: www.significados.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário